IMIGRACÃO DA FAMÍLIA GOTTARDO - UM POUCO DE HISTÓRIA
A imigração italiana no Brasil começou por volta da década de 1870 (embora existam relatos de que alguns imigrantes tenham chegado ainda antes) e se acentuou entre as décadas de 1880 e 1910.
A Itália passava por uma profunda crise, pobreza e falta de empregos, pois o crescimento econômico não conseguiu acompanhar o grande aumento da população. A consequência disso foi que, principalmente nas áreas rurais as pessoas começaram a passar por extrema dificuldade.
Aliado à isso, o Brasil, que estava saindo da escravidão, precisava de mão de obra para substituir os escravos (sendo importante também mencionar os planos do governo para "embranquecer" a população) apostou na imigração, dos alemães primeiro e dos italianos alguns anos depois.
Muitos vênetos migraram para o Brasil no final do século XIX e entre eles estava o senhor Pasquale Gottardo e sua família composta pela esposa Rosa Baccarin e os filhos Amalia, Antonietta, Gioachino, Erminio, Rosa e Santo.
A viagem naquela época não era fácil, pois, se deixava a própria cidade, Selvazzano Dentro, na Província de Padova, (pequena cidade rural, que na época tinha pouco mais de 2.500 habitantes), no caso dos Gottardo, em direção à estação de trem que teria como destino final a cidade portuária de Genova.
De lá se embarcava em um navio (o Colombo, no caso da nossa família) e se partia para o Brasil.
Esta provavelmente era a etapa mais difícil, pois além da nostalgia em deixar a própria terra natal e talvez nunca mais ver amigos e familiares, se viajava em condições péssimas, em navios lotados, com pouca comida, escarsa higiêne, numa jornada que durava mais ou menos 35 dias.
O tris nonno Pasquale tinha 46 anos quando chegou ao Brasil no dia 20 de novembro de 1891. Sua mulher tinha 38 anos e o filho mais velho, Gioachino, 15 anos (no desembarque consta 18 anos, mas, posteriormente descobrimos que ele tinha nascido em 1876). A família numerosa chegou ao porto do Rio de Janeiro, como pudemos observar no documento de desembarque disponível online.
Infelizmente não conseguimos relatos exatos sobre onde a família se dirigiu após o desembarque, porém tudo indica que tenham ido para o Rio Grande do Sul, no Vale do Taquari, região nordeste do Estado.
Nesta região cresceu e constituiu família meu bisavô, Gioachino Gottardo, o mais velho dos filhos que chegou com a Família Gottardo (uma das inúmeras famílias Gottardo, aliás), casando-se com Ana Santin em 6 de junho de 1914. Tiveram 11 filhos: Alfonso, Davi, Natalio, Rosalia, Teresa (catarina), assunta, Reimundo, Genoefa, Veronica, Virginio e Romano (meu nonno que nasceu na cidade de Encantado, RS). Gioachino faleceu em 5 de abril de 1953 na cidade de Iraí, RS, aos 77 anos de idade, deixando a herança da cultura italiana e acima de tudo, vêneta, para seus filhos e netos.
Alguns dos filhos, entre eles meu avô Romano, se estabeleceram no oeste do estado de Santa Catarina, mais precisamente da cidade de Maravilha, em 1956, 3 anos após sua morte, e lá deram continuidade ao seu legado da cultura vêneta.
Crescendo com o nonno Romano e a nonna Isolina (também filha de imigrantes), os filhos continuaram na cultura italiana e principalmente vêneta. O dialeto, inicialmente, padovano, quando da chegada, se transformou no que conhecemos hoje como Talian, continuou a ser falado pelos filhos. Por sorte, morando com os nonnos, tive a oportunidade também de aprender desde criança.
Viver com eles foi um previlégio, não somente por serem pessoas que me trataram com amor e carinho, mas também por ter tido a oportunidade de ter crescido como um vêneto, nos costumes, na língua, na alimentação. Algo que dificilmente é possível explicar à quem não viveu esta experiência.
Mais de 100 anos depois da viagem de meus antepassados, pude conhecer a pacata Selvazzano Dentro, cidade hoje com cerca de 23 mil habitantes e que conserva muitos dos lugares onde um dia meu bisavô e sua família passaram. Emocionante passear por aquelas ruas e lembrar de alguém que infelizmente não pude conhecer, mas que me deu o privilégio de poder ter nascido num país tão belo como o Brasil e ao mesmo ter um pedaço da Itália em mim para sempre.
Se depender de mim, os nonnos Pascoale, Gioacchino e Romano, jamais serãos esquecidos, pois farei questão de contar a história deles a meus filhos no futuro!
PS: Algumas pesquisas ainda estão em andamento para encontrar parentes ainda mais antigos da família e quem sabe também aqueles que em Selvazzano Dentro ficaram.
Minha sugestão: Se puder, faça esta busca também com seus antepassados, pois a emoção que se prova, não tem preço!
Para finalizar, algumas fotos de Selvazzano Dentro:
Cemitério:
Biblioteca:
Comune:
Parrocchia di Selvazzano Dentro:
In italiano...
La storia dell'emigrazione della famiglia Gottardo
L'emigrazione italiana in Brasile iniziò nel 1870 (anche se ci sono informazioni che alcuni italiani siano arrivati ancora prima) crescendo di più tra gli anni 1880 e 1910.
L'Italia stava passando per una profonda crisi, povertà e mancanza di lavoro, poiché la crescita economica non era riuscita a tenere il passo con il grande aumento della popolazione. In conseguenza, le persone, principalmente nelle campagne, cominciarono ad avere grande difficoltà di sopravvivenza.
Il Brasile di quel tempo, che aveva abolito da poco le leggi schiaviste, aveva gran bisogno di mano d'opera per sostituire gli schiavi (il governo aveva anche il piano di "imbiancare" la popolazione), pertanto, iniziò una politica per favorire l'arrivo di migranti, dei tedeschi prima, e degli italiani alcuni anni dopo.
Molti veneti migrarono il Brasil alla fine del secolo XIX e, tra di loro c'era il signore Pasquale Gottardo e la sua famiglia, composta della sposa Rosa Baccarin e i figli Amalia, Antonietta, Gioachino, Erminio, Rosa e Santo.
Il viaggio in quel tempo non era facile, poiché, si lasciava la propria Città, Selvazzano Dentro, in Provincia di Padova (piccolo comune che aveva circa 2.500 abitanti), nel caso della famiglia Gottardo, in direzione alla stazione ferroviaria, con destino finale Genova.
Dal porto di Genova si saliva sulla nave (il Colombo, per la mia famiglia) con destino Brasile e questa, probabilmente era la parte più difficile, perché non c'era solo la nostalgia del veneto e anche dei familiari che rimanevano a far male, ma anche le condizioni del viaggio, che erano pessime, in navi colme di gente, scarsa alimentazione e condizioni d'igiene, in un viaggio che durava più o meno 35 giorni.
Il mio trisnonno Pasquale aveva 46 anni quando arrivò in Brasile, il giorno 20 di novembre del 1891. Sua sposa ne aveva 38 ed il figlio più grande, Gioachino, 15 anni (nel documento di sbarco si legge che aveva 18 anni, però, poi si scoprì che era nato nel 1876). La numerosa famiglia è arrivata nel porto di Rio de Janeiro, come abbiamo scoperto nel documento di sbarco, trovato online.
Purtroppo non abbiamo informazioni esatte del posto dove la famiglia andò dopo lo sbarco, però, quel che sembra è che siano andati nello stato di Rio Grande do Sul, nel Vale do Taquari, nord-est dello Stato.
In questo luogo ha vissuto mio bisnonno, Gioachino Gottardo, il più grande dei figli che arrivò con la famiglia Gottardo (una delle tante famiglie Gottardo arrivate in Brasile). Si sposò con Ana Santin nel 6 giugno del 1914. Hanno avuto 11 figli: Alfonso, Davi, Natalio, Rosalia, Teresa (Catarina), Assunta, Reimundo, Genoefa, Veronica Virginio e Romano (mio nonno, che è nato ad Encantado, Rio Grande do Sul). Gioachino morì nel 5 aprile del 1953 nella città di Iraí ed aveva 77 anni. Ha lasciato, comunque, una solida eredità, quella della cultura italiana e sopratutto veneta ai suoi figli e nipoti.
Alcuni dei suoi figli, tra di loro mio nonno Romano, si spostarono nell'ovest dello Stato di Santa Catarina, più precisamente nella piccola città di Maravilha, nell'anno 1956, 3 anni dopo la sua morte.
Crescendo con i nonni Romano ed Isolina Gottardo, i figli continuarono la vita inseriti in quella cultura italiana e veneta. Il dialetto, inizialmente padovano, continuo ad essere usato e poi, si trasformò in quello che si conosce oggi nel sud del Brasile, il Talian. Per fortuna anch'io ho avuto la possibilità di impararlo da piccolo.
Vivere con i nonni è stato un privilegio, non soltanto per l'amore che mi hanno dato, ma, perché sono cresciuto in questa cultura veneta. La lingua, il mangiare, i costumi veneti sono oggi cose che fanno parte di me.
Più di 100 anni dopo il viaggio dei miei antenati ho avuto l'opportunità di conoscere la piccola Selvazzano Dentro. La città ha oggi circa 23 mila abitanti e conserva tanti dei posti che un giorno mio bisnonno e la sua famiglia conoscevano.
Davvero unico passeggiare per le strade, ricordando qualcuno che, purtroppo, non ho potuto conoscere però mi ha regalato di essere nato in Brasile, uno dei posti più belli al mondo ed allo stesso tempo avere l'italia nel cuore e nel sangue, per sempre.
Per quello che mi riguarda, i nonni Pascoale, Gioachino e Romano non saranno mai dimenticati, perché racconterò con orgoglio la loro storia ai miei figli!
NB: Alcune ricerche sono ancora in via di sviluppo, pertanto, spero di trovare le origini di parenti ancora più lontani nel tempo e magari anche quelli che a Selvazzano Dentro sono rimasti.
Se potete fate anche voi queste ricerche, perché l'emozione che si prova non si può certamente spiegare.
Arrivederci, amici!